SAPOTACEAE

Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn.

LC

EOO:

4.133.517,997 Km2

AOO:

796,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Possui ampla distribuição ocorrendo nos estados do Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (Carneiro & Almeida, 2010). Se distribui também da América Central à Argentina (Lorenzi, 1998).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2011
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

?Espécie de ampla distribuição e com estudos populacionais indicando que a espécie é frequentemente encontrada em seus locais de ocorrência. Portanto, e apesar do uso indicado pelo especialista, a espécie não está em risco de extinção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Sideroxilum obtusifolium é próxima de S. obovatum, e outras espécies de folhas grandes às vezes pode dificultar a distinção. As margens são não-revolutas (revolutas em S. obovatum), o pecíolo canalizado (não-canalizado em S. obovatum), cálice puberoso (glabro em S. obovatum) e fruto maior (Penninton, 1990).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não
Detalhes:

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Scherer et al. (2007) estimaram 3ind./ha num capão de restinga no Parque Estadual de Itapuã, Rio Grande do Sul. Scherer et al. (2009) encontrou em matas arenosas na restinga Sul brasileira (RS, SC) 50 ind./ha na Barra do Ribeiro; 100 ind/ha em Mostardas e 10 ind/ha em Marmeleiro. Scherer et al., (2005) em um estudo de capões de Restinga do Parque Estadual de Itapuã, RS encontraram 8 ind./ha no Mato da Tapera, 5 ind./ha no Mato da Lagoinha, 3ind./ha no Mato da Coruja e 19 ind./ha no Mato do Puma e 21ind./ha no Mato das Capivaras. Assumpção e Nascimento (2000) estimaram 1,78 ind. em 100m2 em Formação Mata de Restinga (FMR) do complexo lagunar Grussaí/Iquipari, São João da Barra, RJ. Pegado et al. (2006) estimaram 117,5 ind/ha em Município de Monteiro, PB. Oliveira et al. (2006) registraram 4 ind. em área de 1680 m2 na Reserva Ecológica Estadual Mata do Pau-Ferro, Areia, PB. Lacerda (2007) estimou 30,39 ind/ha em área de mata ribeirinha do riacho Cazuzinha, 4,9 ind/ha no riacho Farias, Bacia do Rio Taperoá, PA. Longhi et al. (2000) registrou 9,4 ind./ha na Depressão Central, Santa Maria, RS. Cirne et al. (2003) registraram Frequência Relativa de 0,44 na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, após sete meses de passagem de fogo.A espécie ocorre ainda (sem dados quantitativos) em 6 locais de mata ciliar da bacia do rio Taperoá, PB (Lacerda et al., 2005). No Cariri paraibano onde o ambiente é ameaçado pela ocupação humana e desmatamento indiscriminado (Alves; Nascimento, 2010). Em Fragmentos de Mata Ciliar na Bacia do Rio São Francisco, MG (Souza et al., 2007).Em Armação dos Búzios, RJ em Morros costeiros (Dantas et al., 2009). Em matas de borda de chapada, Nova Petrópolis, RS em três áreas ribeirinhas na bacia do rio Taperoá, PB (Lacerda et al., 2010). Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE (Silva et al., 2010). Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Rio de Janeiro (Araujo et al., 2009).

Ecologia:

Biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal
Fitofisionomia: Característica das várzeas úmidas e beira de rios da caatinga arbórea nordestina, das restingas litorâneas e da mata chaquenha do Pantanal Matogrossense. Ocorre preferencialmente em formações primárias e em capoeirões de solos argilosos e ricos em cálcio (Lorenzi, 1998).
Detalhes: Árvore de 5 a 20 m, às vezes em forma arbustiva, com rebrota de vários troncos (Salis & Crispim, 2006), a até 25 cm de diam., ramos espinhosos de cor cinza, laticífera. Flores hermafroditas, branco-amareladas. Fruto baga negra globosa (Delfino et al., 2005). Cultivo por sementes, colocadas para germinar logo que colhidas, em canteiros a pleno sol, contendo substrato arenoso. A emergência ocorre em 30 a 50 dias e a taxa de germinação geralmente é baixa. O desenvolvimento das plantas no campo é moderado (Salis & Crispim, 2006). Planta decí­dua ou semidecí­dua, heliófita, seletiva higrófila (Lorenzi, 1998). Classificada como secundária Inicial (Scherer et al., 2007). Possui como nomes populares: quixabeira, coronilha (SC, RS), coca (BA), maçaranduba-da-praia, miri, sapotiaba, sacutiaba, rompe-gibão (Lorenzi, 1998), laranjinha (Salis & Crispim, 2006).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3.3.2 Selective logging very high
​Albuquerque et al. (2010) registraram a espécie na Floresta Ouricuri, Terra indígena, Águas Belas, PE, os autores atentaram para a importância de priorizar a conservação desta espécie, bastante popular medicinalmente pela população indígena, por apresentar muitos sinais no tronco de retirada da casca, ameaçando a sobrevivência da planta. Resultados mais severos desta atividade foram relatadas em Boqueirão e Cabaceiras, Cariri Paraibano, onde os extrativistas fazem a retirada superficial da casca, corte parcial da árvore, ou corte total da árvore. Cerca 90kg de casca é retirada por mês desta espécie para venda, o equivalente a 12-15 indivíduos jovens (Marques et al., 2010). Almeida e Albuquerque (2002) relatam a ocorrência da espécie na feira de Caruaru, sendo bastante popular nos mercados, e muito procurada pelos consumidores e regularmente presente nas barracas dos vendedores.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) high
​Cirne et al. (2003) relatou que em Saquarema, RJ (um local onde a espécie ocorre) é frequente perturbações humanas como queimadas e desflorestamento, relacionados à especulação territorial e turismo predatório. Tais ameaças são citadas também para a Restinga Arbórea de Cabo Frio, RJ (Bohrer et al., 2009). A espécie também sofre ameaças em remanescentes de morro em Corumbá, MS, onde a pecuária ocorre associada à pastagem cultivada e a vegetação destes remanescentes sofre, ainda, outras perturbações antrópicas como queimadas, retiradas clandestinas de madeira, ocupação para moradia e mineração, que representam uma grande ameaça à vegetação local (Salis et al., 2004). Ameaças por agricultura e pressão urbana ocorre também às margens da lagoa do Armazém, Osório, Rio Grande do Sul (Boldrini et al., 2008), em remanescente florestais em Santa Maria, RS (Longhi et al., 2000) e na Zona da Mata de Pernambuco (Silva; Andrade, 2005).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
4.4 Protected areas
​Ocorre em áreas protegidas como o Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia (Ribeiro-Filho et al., 2009); Reserva Ecológica Estadual Mata do Pau-Ferro, Areia, PB (Oliveira et al., 2006); Área de Proteção Ambiental (APA) de Maricá, RJ; Parque Nacional do Catimbau, Buíque, PE (Silva et al., 2010); Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Rio de Janeiro (Araujo et al., 2009); Reserva Biológica de Serra Negra (RBSN), Itaparica, Pernambuco (Rodal; Nascimento, 2009); Parque Estadual de Itapuã, RS (Scherer et al., 2005); Parque Nacional da Lagoa do Peixe, (Dorneles; Waechter, 2004); APA Monumento Natural dos Costões Rochosos, Rio das Ostras (Palazzo et al., 2010); Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ (Barros, 2008); Parque Estadual de Itapuã, RS (Scherer et al., 2007). Foi utilizada para a revegetação da zona ribeirinha Rio Paraíba do Sul, Campos dos Goytacazes, RJ (Silva, 2008).
Ação Situação
1.2.1.2 National level
​Deficiente de dados (DD). Anexo II da Lista da flora brasileira ameaçada de extinção (MMA, 2008).
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Vulnerável (VU). Lista Vermelha do Rio Grande do Sul (CONSEMA, 2002).

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
Energia e Combustíveis
​É utilizada na extração de madeira para lenha e carvão (Melo et al.,2009, Marques et al., 2010).
Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​S. obtusifolium é utilizada como planta medicinal com propriedades antioxidantes anti-inflamatórias e usada para diabetes (Desmarchelier et al., 1999).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
​Confecção de artesanato e ornamentação (Melo et al.,2009, Marques et al., 2010)